Como não tinha percebido antes? Há uma cor para cada fase da vida, para a natureza e para as faces do mundo interior. No inicio da vida adulta a descoberta do lilás: mistura equilibrada de rosa e azul claro, a combinação perfeita para definir o encontro do masculino e femino. Lilás nas cortinas e na cama. E a profunda busca de encontrar a alma irmã, o lado azul claro que me faltava... Com vinte anos dominavam os tons das folhas dos plátanos em todas as suas variações definindo o estado de espírito da estação. O verde brilhante indicava os tempos com sol. Nas ruas de Porto Alegre, as folhas no chão indicavam que o semestre estava próximo de terminar, e com ele as temíveis provas da Escola de Engenharia. Depois dos 30 anos a força do vermelho e do tons alaranjados orquestravam uma certa ode aos sentimentos contraditórios. Ás vezes nas roupas, o dominio das cores quentes predominavam nos conflitos interiores e na insana luta do cotidiano. Perto dos 40 anos predominaram os tons amarelo queimado, como se aos poucos as chamas fossem cedendo lugar ao caramelo que passou a vestir as cadeiras e as camas da casa. Numa fase já mais recente, pós 50, o branco e preto, simples, sóbrio, minimalista, passou a definir uma escolha de quem não quer se perder nos detalhes, pois não tem mais todo o tempo necessário para descobrir o mundo... Como não tinha percebido antes? |
sábado, fevereiro 12, 2005
Cores do mundo interior
sábado, fevereiro 05, 2005
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